Vinte e poucos anos se passaram. Projetos e mais projetos e afinal o que é arquitetura? E como explicar de maneira fácil? E como explicar o que é o nosso trabalho? Seguimos sem explicar por muito e muito tempo. E seguimos trabalhando, muitas vezes com a certeza que as pessoas não entendiam o que fazíamos. E seguimos. Com muitos projetos reconhecidos pelos nossos clientes.
Mas a gente carregava uma angústia. Muitas vezes enxergávamos o projeto que iria mudar a história da pessoa ou da empresa que nos contratou, mas na hora de explicar que tínhamos encontrado o projeto que realmente expressava a essência das pessoas ali envolvidas, não éramos entendidos. A gente chegava com a solução de um projeto autoral, que mexia com as histórias das pessoas e normalmente éramos forçados a retroceder e fazer um projeto mais ou menos igual àquele da revista. O projeto poderia ser melhor, o resultado poderia ser melhor, mas não acontecia. O que é muito frustrante.
Foram muitos anos tentando superar esta angústia, tentando entender o porquê que na hora de finalizar o grande projeto, o discurso saia do eixo e tínhamos que partir para o trivial.
Fomos percebendo, depois de todos estes anos de experiência profissional, que nossos projetos de maior sucesso, foram aqueles que estabelecemos uma relação de confiança com os nossos clientes, onde além de escutar as suas histórias com a máxima atenção como fazemos com todos, conseguimos também compartilhar um pouco da nossa história.
Com isto percebemos, que era preciso nos abrir um pouco mais e contar as nossas histórias, contar como criamos os projetos, contar como buscamos inspiração para criar.
Assim nossa missão aumentou. Além de conhecer com profundidade a história das pessoas e das pessoas que nos contratavam para projetar, teríamos também que contar as nossas histórias. Parece simples, mas nunca foi simples. A gente precisava criar um canal de comunicação com nosso público. Assim nasceu o Grão Cast.